Ressonância Magnética

A Ressonância Magnética (RM) combina um forte campo magnético com energia de radiofrequência. Seus princípios básicos residem na capacidade do núcleo de certos elementos de se alinhar com ou contra as linhas do campo magnético. Na imaginologia médica, são os núcleos de hidrogênio em moléculas de água e gordura os responsáveis pela produção de imagens anatômicas.

Durante o exame, o paciente encontra-se deitado dentro de um imã gigante, gerardor do campo magnético, estando os núcleos de hidrogênio alinhados com ou contra o campo. Pulsos de radiofreqüência são então emitidos, o que faz com alguns átomos de hidrogênio alterem seu alinhamento. Após o pulso, os átomos retornam as suas posições originais. É durante o seu realinhamento que produzem um sinal de rádio, que embora fraco, é capaz de ser captado, permitindo a construção de uma imagem que representa a distribuição dos prótons de hidrogênio no organismo.

A força do sinal não depende apenas da densidade do próton, mas também de 2 tempos de relaxamento: T1 e T2. T1 depende do tempo que os prótons necessitam para retornar ao eixo do campo magnético e T2 depende do tempo necessário para a defasagem. Uma imagem ponderada em T1 é aquela na qual o contraste entre tecidos se deve, principalmente, as suas propriedades de relaxamento T1; imagem ponderada em T2 se deve as suas propriedades de relaxamento T2.

A maioria dos processos patológicos apresentam aumento dos tempos de relaxamento T1 e T2, aparecendo consequentemente com sinal reduzido ( mais escuros) em T1 e elevado sinal ( mais brancos) em T2, do que os tecidos normais.

Há outras sequências, com uma variedade de nomes, designadas para mostrar as diferentes características tissulares, por exemplo, HASTE - para demonstrar o conteúdo de água e STIR - para suprimir gordura, realçando a patologia ou o contraste.

Os sistemas de RM são qualificados de acordo com a potência do campo que produzem. Os de alta potência são os capazes de produzir campo de força de 1-2 Tesla; os de média operam em 0,35 e 0,5 Tesla e os de baixa, inferior a 0,2 Tesla.

Uma das vantagens da RM é o fato de não utilizar radiação ionizante, não tendo sido demonstrado efeitos adversos com seu uso. Contudo, é contra-indicada para paciente portadores de marca-passos cardíacos, corpos estranhos intraoculares metálicos e determinados tipos de clipes metálicos de aneurisma.

A RM permite uma melhor visualização dos tecidos moles que a tomografia, contudo é inferior a tomografia na visualização de tecidos ósseos.

Ressonância Magnética em Otorrinolaringologia

Seios Paranasais

A RM não proporciona uma boa visualização das relações anatômicas entre os seios paranasais e seus óstios de drenagem, uma vez que a cortical do osso e o ar não possuem prótons móveis, não produzindo sinal na RM. Além disso, não proporciona um mapa cirúrgico adequado para cirurgias endoscópicas funcionais dos seios paranasais.

A imagem obtida da mucosa da cavidade nasal e das células etmoidais variam de acordo com o ciclo nasal (variação cíclica, fisiológica, da espessura da mucosa nasal ao longo do dia). Durante a fase edematosa, a intensidade do sinal em T2 da mucosa dessas regiões aparece similar ao sinal produzido por uma mucosa inflamada, o que também limita o uso da RM. Nos seios maxilar, frontal ou efenoidal o sinal em T2 não apresenta variação com o ciclo nasal, logo, um aumento do sinal em T2 é sempre anormal.

A RM apresenta melhor utilidade para análise da evolução de complicações regionais e intracranianas decorrentes de sinusites e no planejamento do seu tratamento cirúrgico, na detecção de neoplasias e em casos aonde seja necessário um melhor conhecimento das relações anatômicas entre os compartimentos intra e extraorbitário.

O protocolo padrão para análise dos seios paranasais à RM incluem os cortes sagital e axial na sequência T1 e o corte axial na sequência T2. Após a dministração de contraste, imagens axiais e coronais em T1 podem ser obtidas.