Radiografia convencional

 

O exame radiológico é, sem dúvida,  o elemento complementar mais positivo na indagação diagnóstica das sinusopatias.Pode ser simples ou de contraste. Este último consiste na introdução de líquidos opacos no interior dos seios pelo método de deslocamento de Proetz e nos informa sobre a espessura da mucosa e sobre a função ciliar ( uma mucosa normal, forrando cavidades normais, elimina o líquido do contraste em um prazo de aproximadamente 96 a 144 horas). A radiografia com contraste, com finalidade diagnóstica, devido aos progressos da tomografia, está abandonada na atualidade.

As principais incidências radiográficas para exploração das cavidades nasais são quatro:

1) mentonaso ou de Walters: esta posição mostra muito bem os seios anteriores, notadamente os seios maxilares. Quando incorretamente realizada, projeta os rochedos nametade inferior dos seios maxilares, dando falsa imagem de opacidade.

2) frontonaso ou de Cadwell:evidencia, com mais nitidez, as cavidades frontais e etmoidais anteriormente.

3) submentovértex ou posição axial de Hirtz:projeta os seios posteriores no sentido longitudinal: esfenóide e etmóide posterior. Uma eventual opacidade da fossa nasal pode originar superposição radiográfica e dar falsa imagem de opacidade das células etmoidais posteriores, daí a interpretação de a incidência de Hirtz depender de estudo prévio das incidências ântero-posteriores  e até de tomografia.

4) perfil, que mostra todas as cavidades em perfil. A posição correta da cabeça é essencial, pois qualquer desvio proporciona imagens confusas.

A semiologia radiológica das sinusites, por exemplo,  estuda as modificações mucosas (espessamentos, irregularidades de contorno, aspecto mucóide), as modificações de conteúdo ( diminuição de transparência, nível líquido, opacidade) o modificações de esqueleto (condensação mais ou menos difusa, áreas de rarefação, destruição etc.)

                                                                         Seios maxilares

São os que possuem semiologia radiológica mais rica. Apresentam volume variável e podem ter recessos mais ou menos desenvolvidos: alveolar, malar e orbitário. O seio maxilar apresenta septos incompletos, e mais raramente, pode ser dividido em dois ou três compartimentos estanques. Nas sinusites agudas, o edema difuso da mucosa ou o enchimento total da cavidade por exsudatos dá uma imagem de opacidade. Qando não enche completamente a cavidade sinusal, a radiografia em posição ortostática pode assinalar linha de nível líquido, passível de originar dúvidas com imagens de espessamento mucoso. Nestes casos, nova radiografia com mudança de posição de cabeça vai assinalar o deslocamento da linha de nível quando se trata de coleção líquida. Tanto os exsudatos como o sangue e o soro sanguíneo dão imagem de nívellíquido, pois têm a mesma densidade radiográfica. Na sinusite maxilar crônica, observa-se opacidade total por espessamento difuso da mucosa, por enchimento total da cavidade por exsudatos ou pólipos.

A sinusite maxilar odontogênica pode revelar raíz dentária projetada no interior do seio em manobras de extração.

 

                                                                          Seios frontais

Podem ser vistos nas quatro incidências clássicas. Em alguns adultos podem estar  ausentes (agenesia). Começam a se individualizar por volta dos quatro anos de idade, e a amplitude é variável no adulto, desde os seios pouco desenvolvidos, hipoplásicos, até os seios excessivamente desenvolvidos, hiperplásicos, chegando aos limites da sutura frontoparietal e, lateralmente, até a fossa temporal. Paredes ósseas constitucionalmente espessas e que diminuem a luz do seio frontal podem dar falsa imagem de hipotransparência; nestes casos, a radiografia de perfil proporciona uma avaliação do diâmetro ântero-posterior de seio, evitando classificar de opaco om seio pouco profundo.

Imagens de linha de nível líquido são menos frequentes que no seio maxilar, devido às condições favoráveis de drenagem do canal nasofrontal. O mucocele do seio frontal proporciona imagem de opacidade, desaparecimento dos tabiques ósseos marginais, adelgaçamento e erosão das paredes ósseas vizinhas circundantes e subsequente expansão do mucocele, que invade com frequencia a cavidade orbitária ou se exterioriza na parede anterior do seio.

                                                                      Células etmoidais

Invadem os ossos circunvizinhos e,à medida que se desenvolvem, adquirem disposição tão complexa que lhes valeu a denominação de labirinto etmoidal. A lâmina óssea de inserção do corneto médio,disposta mais ou menos noplano frontal, divide as células etmoidais em dois gupos principais: etmóide anterior e etmóide posterior, que são  evidenciadas nas incidências frontonaso, perfil e axial de Hirtz. Raramente estão comprometidas isoladamente. Quase sempre há co-participação do seio frontal, por vezes do seio maxilar (pansinusite). Não esquecer que a incidência axial pode dar imagem de superposição das fossas nasais.

                                                                     Células esfenoidais

São geralmente assimétricos. Excepcionalmente podem nçao existir. Os seios esfenoidais são bem individualizados de perfil e axial de Hirtz, podendo revelar desenvolvimento exagerado, opacidade difusa, hipotransparência e nível líquido. O nível líquido no seio esfenoidal pode ser sinal de sangue nas fraturas de base de crânio.